segunda-feira, 25 de abril de 2011

Falemos da Cor - II

Desta vez a proposta de trabalho consiste em utilizar uma imagem e mudar-lhe o sentido,alterando-lhe ou modificando a cor.

A primeira imagem selecionada foi a do cartaz do filme "O Rapaz do Pijama às Riscas"

Antes

Depois:

Na alteração, foram usados tons bem carregados.O céu azul clarinho e as nuvens brancas deram lugar a um céu carregado e um ambiente muito mais sombrio e pesado.

A segunda imagem a ser manipulada,foi a capa do livro "A Queda dos Gigantes".

Antes:

Depois:


A alteração consistiu,mais uma vez,na mudança da cor do céu.Só que desta vez para o sentido inverso,passou de sombrio e triste para suave e alegre.O centro ganhou cor também,o preto deu lugar ao verde e o vermelho da flor ganhou intensidade.

Finalmente,para a terceira imagem,foi usada a capa de um album dos Pearl Jam:

Antes:


Depois:

A alteração foi extremamente simples mas transformou por completo a imagem. O azul claro do céu tornou-se cinzento,a imagem passou de alegre a triste.

Falemos da Cor

A proposta que se segue incide sobre a cor e a sua importância numa comunicação visual.
Usar esta ou aquela cor,uma mais clara ou uma mais escura,mais quente ou mais fria,mais berrante ou mais suave é preponderante e diz muito do sentido de uma imagem.

Aqui ficam alguns exemplos onde a cor tem particular importância:




segunda-feira, 11 de abril de 2011

Ricardo Reis - Tipografia

Ser-me-ás suaves à memória
Lembrando-te assim,à beira-rio
Pagã triste e com flores no regaço


Ricardo Reis.Todo ele clássico,tranquilo,melancólico.

As 24 linhas foram transformadas num rio,em azul que vai de uma ponta à outra da imagem.
Os versos foram representados num tipo de letra clássico.
No primeiro verso destaca-se as palavras "suave" e "memória".
"À beira-rio" em azul e ondulado,enquanto que "flores" e regaço foram adornadas com uma flor,precisamente.
No canto inferior direito da imagem vemos o vulto de uma mulher e uma flor,contornadas com letras.

Álvaro de Campos - Tipografia

Álvaro de Campos:

Ó rodas,ó engrenagens,r-r-r-r-r-r-r-r-r-r- eterno!
Forte espasmo detido nos maquinismos em fúria!


Álvaro de Campos é o oposto de Alberto Caeiro.
Este heterónimo é força,raiva,vivacidade,barulho,confusão,loucura...


Ó rodas,ó engrenangens,r-r-r-r-r- eterno...desenhamos um círculo(preenchido com as 24 linhas) com contorno negro,forte,tracejado.À volta da roda as palavras "ó rodas,ó engrenagens" e no fim desta palavra desencadeia-se de imediato a espiral que representa a eternidade do "r-r-r-r-r-r-r-r-r".

De seguida, as palavras "forte espasmo retido" representadas de forma individual,cada uma à sua maneira e dispostas de forma a fazer uma leitura vertical e imediata(como um espasmo)passando para a parte final do excerto: "nos maquinismos em fúria!". Nesta última palavra,que se destaca em relação às outras, fizemos o ponto de exclamação e a letra "i" num só.

Alberto Caeiro - Tipografia

A segunda proposta de trabalho consistiu em recriar tipograficamente três excertos de poemas dos heterónimos de Fernando Pessoa: Alberto Caeiro,Álvaro de Campos e Ricardo Reis.

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Alberto Caeiro

Tristes das almas que põem tudo em ordem
Que traçam linhas de coisas a coisa
Que põem letreiros nas árvores absolutamente reais
E paralelos de latitude e longitude
Sobre a própria terra inocente e mais e florida que isso


Simplicidade.

É a palavra que melhor descreve Alberto Caeiro,bem como estes versos.

Tentamos interpretar as suas ideias o melhor que pudemos.Assim,compomos o verso "Tristes das almas humanas que põem tudo em ordem" de uma maneira algo desorganizada,precisamente na tentativa de representar grafica e tipograficamente o sentido do verso.Se é triste pôr tudo em ordem,então não vamos pôr.
Utilizamos um tipo/fonte de letra muito simples,e básico(Goudy Old Style) e demos destaque às palavras "almas","humanas" e "tudo".

Seguimos o excerto com o verso "Que traçam linhas de coisa a coisa".Se seguissemos a mesma ideia do primeiro verso,não representariamos desta forma,com a parte "Que traçam linhas" traçada,rasurada,e as palavras "coisa" sublinhadas.Aqui optamos por representar,da forma mais literal,e ao mesmo tempo simples possível,o significado do verso.

"Que põem letreiros nas árvores absolutamente reais".Mais uma vez,interpretamos o significado do verso e desenhamos uma árvore com o seu próprio nome escrito,o tal letreiro,por assim dizer.Depois destacamos,individualmente,as palavras "absolutamente" e "reais".De referir ainda que o tronco da árvore assenta nas 24 linhas de texto consubstantes deste trabalho.Neste caso,as 24 linhas transmitem a ideia de "terra" como se perceberá melhor mais à frente.

"E paralelos de latitude e longitude".Este verso foi representado de uma maneira muito simples e linear.A palavra "desenham" foi escrita com um tipo de letra mais elaborado;a palavra "latitude" escrita na horizontal contrapondo-se à palavra "longitude" escrita na vertical,representando assim o significado das duas palavras.

Por fim,o último verso, "Sobre a própria terra inocente e mais verde e florida que isso".Optamos por escrever parte do verso ao longo da "terra" representada pelas 24 linhas que servem de base à arvore,directamente inserida no terceiro verso. Demos ainda destaque,discreto e através da cor,às palavras "terra" e "verde".


Tipografia

Catálogo tipográfico de William Caslon, 1732


O termo "tipografia", do grego "typos" (forma) e "graphein" (grafia), é a arte e o processo de criação na composição de um texto, física ou digitalmente. Destina-se a dar uma ordem estrutural à comunicação impressa.

Uma composição tipográfica deve ser visualmente envolvente sem deixar de ser totalmente legível,e tendo sempre em conta o contexto em que é lido e os seus objectivos. É mesmo uma arte!

Antigamente,e durante vários anos, os trabalhos com tipografia eram limitados aos tipógrafos,mas com o aparecimento da computação gráfica abriram-se até aos designers gráficos.
Nos dias de hoje qualquer um pode escolher uma fonte e compor um texto.O problema é que a falta de conhecimento e formação criou uma proliferação de textos e fontes mal desenhadas.